18 agosto, 2007

Sala de Cinema


Dias passado, pude exprimentar por alguns instantes, como o glamour, a "pseudoidolatria", comovem as pessoas, embaralham o seu âmago, fazem por instantes (que podem ser eternos), estes "intelecutais" de plantão perderam a razão e noção.

A sala estava abarrotada de seres "pensantes", angustiados, inconformados, eufóricos, estasiados por supostamente não poderem assistir a pré - estréia de um documentário (que a meu ver é de extrema importância), e presenciar o "fetiche vaidoso" de valer as suas idéias.

Era um empurra, empurra, declarações de direitos citadino e humanístico, uma certa "anarquia" (no bom consentimento da palavra). Foram momentos de caos e pensamentos de ordem.

Bem, a mim, comportei me com um "lorde inglês" (no sentido pejorativo da palavra), fui mais cedo, garanti a minha credencial (o passaporte da "felicidade", para não dizer satisfação egoísta), e quando o evento estava próximo ao início, procurei aguardar mais um pouco (preferi mais um gole de cerveja), mas quando ele estava em provável iminência, decidi "guardar o meu lugarzinho no céu" para gozar da minha participação numa pré - estréia, e é lógico rodeado por integrantes da acrópole.

Ao entrar, percebo, uma contradição epstemológica do conceito contemporâneo geográfico, como proposta de pensar e enxergar o mundo. Vejo lugares privativos, com uma faixa parecida com aquela em que lacram lugares irregulares, achei estranho, porém logo me conformei. Um grupo de estudantes (percebi pela forma correta de falar, e seus esteriótipos característicos) ficaram meio, como posso dizer, incomodados por não conseguirem sentarem juntos e formar a sua "patota", * outra incoerência do discurso geográfico, como poderemos pensar em um outro mundo como possibilidade através da ótica solidária se pessoas ainda pensam em formar "grupinhos intímos"..., mas conseguiram reogarnizar de sua forma mais conveniente aquele espaço já pré arranjado.

Sentir um topor, uma inquietude, sensação de densidade informacional, então preferi não assistir a tal evento e dei o meu passaporte ao primeiro desesperado que aguardara o aval técnico para que todos "democraticamente" (no sentido ultrapassdo do conceito) definisse como o espaço físico abarcaria quantidade de pessoas e idéias.

Fui ao primeiro bar, onde provalvelmente teriam pessoas fúteis e jogos de futebol, para iniciar e finalizar a leitura de um livro chamado "Diario de Viagem", dum autor que admiro, "Albert Camus". Bom este foi um dia.

Hoje, decidi assistir a tal documentário (mas logo saberia que seria de outra ótica, talvez até mais interessante), e ao chegar deparei me com outra realidade que ao mesmo tempo era cômica e trágica. Cômica no sentido de haver somente 7 pessoas, e cinco delas surdas e mudas e o documentário não possuir legenda, ou linguagem para deficientes auditivos, (mero detalhe que impossibilitou a maioria de assití - lo, e logo a desistência, já que é um tema de grande importância, mas que precisa ser entendido; será mais um incoerência do discurso geográfico? Ao colocar estas pessoas em extrema exclusão? "ê boca maldita a minha....).

Trágico (no bom consentimento da palavra), pois fiquei muito comovido com o documentário e a sua profundidade em discutir valores humanos, e expôr a realidade em que vivemos, e às vezes não não damos conta.

Passando pela outra vertente do rio, pude perceber que apesar de assitir um maravilhoso documentário, na qual inspirarei me em repensar o mundo e suas mazelas, percebo que nós geográfos (declaro me incluso na totalidade, até o último fio de cabelo) temos a responsabilidade de social e cabal de ver o mundo como uma outra possibilidade, na qual o valor humano stricto sensu seja revisto e refletido, como a única, ou a nova forma de colocar no cerne da questão de mundo, para que num futuro, não seja um legado de outras civilizações não humanas.