28 julho, 2006

Bar Cidadão

Um nome sugestivo para nome de bar, localizado próximo ao restaurante cidadão, este bar tem algo peculiar. Por volta das 17:30hs (horário de Brasilia), procurava um boteco, pois acredito que é nestes tipos de estabelecimentos em que os sentimentos humanos se afloram. Ao chegar neste lugar (no sentido geográfico) um senhor, se é assim que posso chamar, de nome Geraldo (tinha que ser) pede para se sentar ao meu lado, pega um copo e solicita uma cerveja para o balconista. E devido a sua postura de um homem aparentemente educado, digo lhe para que sentasse comigo e sugeri que bebêssemos juntos. O homem aceitou o convite, mas pediu ao funcionário que colocasse uma dose de pinga para começar a beber. Deu uma "talagada nervosa" que o estômago teve um sentimento de repulsa e quase o sujeito expele o líquido "precioso".
Bem coversavámos sobre a cidade de São Paulo, segundo o mesmo via na televisão que era uma cidade violenta e que era insustentável viver lá. Logo opinei, disse ao "cidadão" que não era bem assim, e que a mídia (ou geograficamente a psicosfera) criou um sentimento de barbárie para a cidade, onde o crime comandava. Bebemos, Bebemos e Bebemos, o "senhor" ficou muito "chapado" ao mesmo tempo que chorava para mim, queria arrumar "treta" com outro "tiozinho" que pedia uma dose de pinga. O momento foi tenso, mas tudo foi resolvido, o Geraldo tornou meu amigo de bar, o "tiozinho" foi embora meio indignado porque queria somente uma dose de pinga, e eu desci a avenida Goiás pensando: "no mundo dos "loucos" a vivência é a interação humana na qual os indivíduos buscam no outro a coletividade do sentimento, essa busca é constante e dinâmica, por isso quando alguém ver um senhor, mesmo que bêbado no bar, não acha que aquilo é um comportamento subversivo, porque a busca deste ser é a mesma do "gran fino" que enche a cara de uísque e paga para uma puta ficar ao seu lado.
é nói
doug

27 julho, 2006

Hotel Rodoviário



















Num sofá,
Vendo a televisão,
Um encrenquinha,
Um índio,
Um rondonense,
E um irmão,
Os carros passam,
Os ônibus entrelassam,
Entre os vãos,
Dos prédios malucos,
Das pessoas apressadas,
Para ir ao emprego,
No quarto,
Sem TV,
Vejo o quê,
As palavras tomarem conta de mim,
A nausea vêm,
Quando penso no meu bem,
Esperando por mim,
Mas a volta será impossibilitada,
Por acreditar numa piração maturada,
Um imbecil,
Viril,
Cidadão do mundo,
Que se sujeita as tentações,
Atrações,
Que o cotidiano não vê,
Somente é visto pela TV,
Comendo o que a rua lhe dá,
O sustento,
Acredite,
Desafie,
No hotel rodoviário,
Tudo é possivel,
Atingível,
Num prospecto comum....

doug

25 julho, 2006

Acre...Dite

Longe do tudo,
Perto do nada,
Na visão dos ocidentais,
Bando de imbecis carnais,
Presos em seus panopticum,
Não entendem a transcendência do lugar,
Que se dá pelo sentimento,
De ficar,
A identificação,
Que nem sempre pode ser materializada,
Mas sentida,
Que toca na ferida,
De uma lesão nunca sarada,
É isto,
Acre....
Dite....
Um lugar mágico,
Mas não pela magia falsária, broculista e charlatã,
Mas pelo que se apresenta,
Como um receptáculo,
De um caldeirão de culturas e resistência,
Onde o Daime é culto e não uma loucura,
A loucura é dos ocidentais imbecis,
Que só sente o lugar,
Pela materialidade pós - moderna,
Dos fixos e fluxos inconstantes,
Acre...
Dite...
A magia não é uma fórmula dos citadinos "cururus",
Que pensam que sentem,
Mas não entendem,
O voar da piração....
O mundo mágico,
Mas não de varinhas ou de bruxas,
Mas da presença do homem,
Que olha nos seus olhos,
E aperta sua mão,
Com sinceridade,
Gratidão,
A felicidade de sentir o outro,
Que é o diferente,
Te fixa no lugar,
Te enraiza no ser,
Faz sentir da terra,
Como uma castanheira,
Que se sobressai,
Por se destacar nas campinas,
Pela sua beleza exuberante,
Que modifica a todo instante,
A presença do ser inoperante....

doug