De uma certa tarde azulada,
Da barriga rasgada,
Luzes na cara,
Choros nas roupas,
Unhas comidas, devoradas,
Aquele cheio de pele queimada,
Surge,
Aparece,
Aflora,
Com cara de gatinho,
Ou gatinha,
Uma face chorona,
De uma jaguatirica,
A mãe não sente,
O pai chora,
A mulher filma,
Choros que se confundem,
Daquele que chega,
E do que recepciona,
A vinda de um ser no mundo,
Levaram-na...
Meu deus!
Para onde?
Para um lugar quadrado e frio,
Se esqueceram,
Que nascera uma jaguatirica,
Cara de gatinha,
Extinto feroz,
Um frio de rachar,
Da caminha de deitar,
E ali,
A jaguatirica mostra suas garras,
Chora sem parar,
Mesmo com o isolamento,
Parece incomodar,
Eles querem,
Ela não quer,
Jogo de forças,
Quem ganha?
Por enquanto eles,
Ela cresce,
Começa a andar,
Corre muito,
Para lá,
Para cá,
O dente cresce,
A dor também,
Jaguatirica só dorme,
Quando convém,
Joga as coisas no chão,
Causa o alvoroço,
Come tanto,
Até o pescoço,
Fica sujo,
E ela,
Agora ri,
Brinca,
Corre,
Faz xixi,
Deixaram a jaguatirica correr,
Ela corre,
E muito,
Canso de ver,
Mas a noite vem,
O dia some,
Os olhinhos da jaguatirica,
Mexe para lá,
Para cá,
Quer dormir,
Mas antes precisa,
De algo,
Essencial,
Encher o ventre,
E depois de saciada,
A jaguatirica fica desabrochada,
Nos braços dos pais,
Um suspiro gostoso,
Que jamais,
Canso de ouvir,
Eh! jaguatirica bonita,
Te amo tanto,
Sinto doer,
A alma do meu coração mole,
Que sempre acolhe,
Esse rosto lindo,
Hoje sinto,
A minha felicidade duplicar,
A potência,
Infinita do ser,
Estar,
A "jaguaritiquês",
Do seu olhar.....
Eh! Mundão véio de deus.......
Poesias poeiras...Levadas pelo vento... Nas catacumbas faraônicas... Dos esgotos esquecidos... Toda poesia... É um sentimento perdido... Lethe levou... Para sua mãe Eris... Todos os versos mundanos... Esvaíram pelas águas... Junto com as náiades que habitavam os pântanos...
10 junho, 2014
O português
Das entranhas saiu o português,
Puxaram-lhe a cabeça,
De um lugar de Lisboa,
Do hospital mais belo,
Gritos e gemidos se embricaram,
Choros e risos também,
Um grito,
O choro,
Português nasce de olhos abertos,
Cabeça puxada,
Força dos médicos,
Lágrimas do pai,
Dor da mãe,
E assim nasceu um português,
Choros nas noites infernais,
Almoços movidos a bacalhais,
Vinhos,
Doces,
De manhã tudo normal,
O português dormiu,
Nada mal,
Correria para trabalhar,
Um frio de lascar,
O português continua a deitar,
A noite cai,
O dia mantém,
A nuvem vermelha,
Do frio do além,
A madrugada chega,
Junto com frio infernal,
O português acorda,
Pais sozinhos e inexperientes,
Ficam acuados,
Com o choro,
Desavisado,
Depois de um tempo,
Mandaram o português para o Brasil,
Se abrasileirou,
Agora come arroz e feijão,
Cresce,
Brinca,
Sorri,
Chora,
Quer namorar,
Mal limpa a bunda,
Mama na mamadeira,
Mas quando se deita no quentinho sofá,
Olho seu rostinho celestial,
Me lembro com coração latente,
Da bonita vida em Portugal,
Onde o nascimento de um português,
Me deixou leve,
Feliz,
Um pai brutal,
A lágrima caiu,
O sentimento aflorou,
Eu amo tanto esse português,
Que sempre me conquistou.
Vida louca essa minha....
..................
.................
.................
Puxaram-lhe a cabeça,
De um lugar de Lisboa,
Do hospital mais belo,
Gritos e gemidos se embricaram,
Choros e risos também,
Um grito,
O choro,
Português nasce de olhos abertos,
Cabeça puxada,
Força dos médicos,
Lágrimas do pai,
Dor da mãe,
E assim nasceu um português,
Choros nas noites infernais,
Almoços movidos a bacalhais,
Vinhos,
Doces,
De manhã tudo normal,
O português dormiu,
Nada mal,
Correria para trabalhar,
Um frio de lascar,
O português continua a deitar,
A noite cai,
O dia mantém,
A nuvem vermelha,
Do frio do além,
A madrugada chega,
Junto com frio infernal,
O português acorda,
Pais sozinhos e inexperientes,
Ficam acuados,
Com o choro,
Desavisado,
Depois de um tempo,
Mandaram o português para o Brasil,
Se abrasileirou,
Agora come arroz e feijão,
Cresce,
Brinca,
Sorri,
Chora,
Quer namorar,
Mal limpa a bunda,
Mama na mamadeira,
Mas quando se deita no quentinho sofá,
Olho seu rostinho celestial,
Me lembro com coração latente,
Da bonita vida em Portugal,
Onde o nascimento de um português,
Me deixou leve,
Feliz,
Um pai brutal,
A lágrima caiu,
O sentimento aflorou,
Eu amo tanto esse português,
Que sempre me conquistou.
Vida louca essa minha....
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07 junho, 2014
Vira Lata
Um cachorro vira-lata,
Foi comer num restaurante de rico,
Entrou no acortinado,
Viu um senhor abatinado,
Uma senhora sorridente,
Um recepcionista inteligente,
Mas sua barriga perguntava,
Cadê o rango?
Primeiro,
Entrada de iscas,
Segunda de Camarão,
Com vinho italiano,
Doces português,
A barriga do cachorro,
Não parava de urgir,
Cadê o rango?
E o garçom falava,
Mais alguma coisa madame?
Sim senhor?
Um trago do Porto,
Sim,
E a cabeça do vira-lata doía,
O estômago dizia,
Vamos cair fora,
Mas os olhos,
Os olhos,
Os olhos do cachorro não deixava ele ir,
E o garçom novamente para madame,
Mas alguma coisa senhora?
Sim,
O quê?
A conta......
O cachorro vira-lata,
Olhava para aquele momento,
A senhora saindo a francesa,
No dia seguinte,
Foi a padaria,
Aquela televisão rodando,
Cheia de frangos lindos,
Os olhos novamente,
Mandando no estômago,
Um menino,
Fedido,
Feio,
Despenteado,
Pediu ao padeiro,
A perna do frango,
Com uma tarracada,
O padeiro raivoso,
Deu-lhe nas fuças,
Sai marginal,
O cachorro então.....
Olha tudo aquilo,
E a barriga,
AH barriga !
Ela fala é agora,
Com uma abocanhada,
Leva o frango,
Deixa as carcaças,
Volta ao restaurante,
E lá estava,
A mesma Senhora,
Saindo a francesa.....
Eh Mundão véio de deus....
..................
.................
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Foi comer num restaurante de rico,
Entrou no acortinado,
Viu um senhor abatinado,
Uma senhora sorridente,
Um recepcionista inteligente,
Mas sua barriga perguntava,
Cadê o rango?
Primeiro,
Entrada de iscas,
Segunda de Camarão,
Com vinho italiano,
Doces português,
A barriga do cachorro,
Não parava de urgir,
Cadê o rango?
E o garçom falava,
Mais alguma coisa madame?
Sim senhor?
Um trago do Porto,
Sim,
E a cabeça do vira-lata doía,
O estômago dizia,
Vamos cair fora,
Mas os olhos,
Os olhos,
Os olhos do cachorro não deixava ele ir,
E o garçom novamente para madame,
Mas alguma coisa senhora?
Sim,
O quê?
A conta......
O cachorro vira-lata,
Olhava para aquele momento,
A senhora saindo a francesa,
No dia seguinte,
Foi a padaria,
Aquela televisão rodando,
Cheia de frangos lindos,
Os olhos novamente,
Mandando no estômago,
Um menino,
Fedido,
Feio,
Despenteado,
Pediu ao padeiro,
A perna do frango,
Com uma tarracada,
O padeiro raivoso,
Deu-lhe nas fuças,
Sai marginal,
O cachorro então.....
Olha tudo aquilo,
E a barriga,
AH barriga !
Ela fala é agora,
Com uma abocanhada,
Leva o frango,
Deixa as carcaças,
Volta ao restaurante,
E lá estava,
A mesma Senhora,
Saindo a francesa.....
Eh Mundão véio de deus....
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05 junho, 2014
Viva, Zapata!!!!!
Eu apóio, o movimento Zapatista e os Chiapas.
Aí realmente está uma luta de resistência, onde as diferenças se tornam necessárias para um convívio em sociedade.
E desejo que esta resistência se dissemine pelo mundo, e junte a outras, para que quebremos esta grande engrenagem do poder hegemônico o G8, A ONU, OMC e outras instiuições que proliferam a pobreza no mundo.
Aí realmente está uma luta de resistência, onde as diferenças se tornam necessárias para um convívio em sociedade.
E desejo que esta resistência se dissemine pelo mundo, e junte a outras, para que quebremos esta grande engrenagem do poder hegemônico o G8, A ONU, OMC e outras instiuições que proliferam a pobreza no mundo.
A barriga vazia da alma
Será que que alma tem barriga vazia?
Ou será que barriga vazia tem alma?
A alma e a barriga vazia andam juntas,
Elas incomodam,
Faz o ser se sujeitar,
Pensar no ontem, hoje e sempre,
Arde,
Dói,
Reflete em todas partes corpóreas,
Materializa a dor,
Desmantela sentimentos básicos,
Faz-nos rolar,
Sorrir,
Chorar,
Ver o mundo mesmo com os olhos vendados,
A barriga vazia da alma,
Santifica este órgão vital,
Que na verdade não existe materialmente,
Mas a sensação de vazio,
Do nada,
Da falta do preenchimento,
Do alimento,
Do mastigar,
Mesmo sem ter dentes e bocas,
Mas a barriga vazia sem alma,
É mecânica,
Não chora,
Não sente,
Só se movimenta "peristalticamente",
Excreta,
Traz a dor concreta,
Faz os olhos abrirem,
Mesmo da cegueira midiática humana,
A falta de alma na barriga,
Constrói uma barriga sem alma,
Alma,
Barriga,
Barriga,
Alma...alma...alma.......
.........
.........
.........
04 junho, 2014
Ode ao amigo quando respira
Retrato de Douglas quando respira
Pergunte ao seu coração
Se ele quer ser petisco
Eu acho que não.
Então pergunte ao seu fígado
Se dá pra ser patê de rico.
Seu coxão mole
Sua picanha
Pergunte ao seu chefe
Se ele não quer
Conhecer o seu hálito azedo, às 3h40, quando seus irmãos e amigos não te ligam
E você bebe como um porco
E são 3h50 e eles ainda não ligaram
E faz 10 anos que não ligam
E você continua na primeira página
De um poema inexistente,
eterno e complexo
Um alimento infinito e desgraçado
E avassalador
E impossível
E você tenta fritar suas bolas no azeite
sua língua na mateiga
e seu pinto num balde de banha fria
É levado por uma ambulancia
Para um transplante
-Sr, o senhor é compatível.
E então eu te pergunto:
Comer alface não é a solução?
Continuar me arrastando?
Jogando confete aos parasitas?
disco 193, arranco todos os meus dentes com um alicate afiado
queimo o poema infinito
pulo da janela e cubro meu filho
busco o pão
esquento o leite
coloco o liquidificador no facebook
Meus avós estão fazendo churrasco de pombos em algum quintal psicodélico na Noruega e eu
invado muros com motocicletas
desafio a matéria
a miséria
a morte e a física
Quero que o Sartre se foda
Quero que a polícia inteira se foda
Que que os dentistas se fodam
Quero que os engenheiros e os taxistas se fodam
Quero a maior suruba do mundo, todo mundo se fudendo, cuspindo porra, sangue, pedra e leite pra todo lado
E lama
-Calma, meu filho
E lama
Acelero, estou sem capacete, sem camisinha, sem dinheiro e sem rumo
Sou o ultimo poeta do ocidente
O único músico do oriente
O primeiro cineasta sem filme e o exclusivo ator de mim mesmo
Escrevo peças de teatro de duas sílabas
Conto histórias apenas com os olhos
Reuno grupos de neurônios e os expulso com as narinas em fogo
Sou Netuno e Saturno, Capricornio, Gemeos e o Diabo
Sou Inicio, nevoeiro, Deus e o caralho, sou mole e quebradiço
E verde
E as vezes quero esvaziar os sentidos
Até que tomate seja cavalo
E galope seja poema
E referencia seja eu, pelado, tendo meu saco torcido, sozinho, num pais de merda, sujo e hipócrita
E desse testículo fodido, faço a teia da minha rotina,
Faço meus filhos, minhas lágrimas, os calos dos meus nervos, minha gargalhada destemida, o sangue do meu olho, a guela afiada,
Faço minha vida.
autoria Oser (vulgo Diego Nathan)
03 junho, 2014
O andar bebum
Estou a caminho de um bar,
Ando para lá e cá,
Encosto no balcão,
Uma talagada desce então,
A garganta queima,
A alma conforta,
A felicidade transparece,
A tristeza também,
Melancolia a tona,
Risada e choro,
Fecho a conta,
Mas que conta?
A do bar,
Um político me encontra,
Paga-me outra pinga,
Em dia de eleição,
De anjo vira cão,
O seu político de gravata,
Me pressiona,
Me mata,
Em quem você vai votar ?
Na direita?
Ou na esquerda ?
Dou o último gole,
E saio sem pagar,
O cretino político,
Vem a gritar,
Oh! Sujeito do bar!
Responda-me!
Vais votar na direita?
Ou na esquerda?
Sem dizer nada,
Saio a cambalear.....
01 junho, 2014
Alheio
Ser alheio dentro do outro,
Fora de si,
Nas vistas de alguém,
Ser alheio de mim mesmo,
Da chuva que cai agora,
Molha os outros,
Mas outros quem?
Da rua?
Do mundo?
Do Além.......
Fora de si,
Nas vistas de alguém,
Ser alheio de mim mesmo,
Da chuva que cai agora,
Molha os outros,
Mas outros quem?
Da rua?
Do mundo?
Do Além.......
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