07 junho, 2014

Vira Lata

Um cachorro vira-lata,
Foi comer num restaurante de rico,
Entrou no acortinado,
Viu um senhor abatinado,
Uma senhora sorridente,
Um recepcionista inteligente,
Mas sua barriga perguntava,
Cadê o rango?
Primeiro,
Entrada de iscas,
Segunda de Camarão,
Com vinho italiano,
Doces português,
A barriga do cachorro,
Não parava de urgir,
Cadê o rango?
E o garçom falava,
Mais alguma coisa madame?
Sim senhor?
Um trago do Porto,
Sim,
E a cabeça do vira-lata doía,
O estômago dizia,
Vamos cair fora,
Mas os olhos,
Os olhos,
Os olhos do cachorro não deixava ele ir,
E o garçom novamente para madame,
Mas alguma coisa senhora?
Sim,
O quê?
A conta......
O cachorro vira-lata,
Olhava para aquele momento,
A senhora saindo a francesa,
No dia seguinte,
Foi a padaria,
Aquela televisão rodando,
Cheia de frangos lindos,
Os olhos novamente,
Mandando no estômago,
Um menino,
Fedido,
Feio,
Despenteado,
Pediu ao padeiro,
A perna do frango,
Com uma tarracada,
O padeiro raivoso,
Deu-lhe nas fuças,
Sai marginal,
O cachorro então.....
Olha tudo aquilo,
E a barriga,
AH barriga !
Ela fala é agora,
Com uma abocanhada,
Leva o frango,
Deixa as carcaças,
Volta ao restaurante,
E lá estava,
A mesma Senhora,
Saindo a francesa.....
Eh Mundão véio de deus....
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