06 abril, 2015

Esboço da vida (Ventre Engaiolado II)

Sair de um ventre ensanguentado,
A dor que imbrica com prazer,
O grito das lágrimas sorridentes,
O pai bobo e feliz,
A avó faz planos,
A criança que não nasce,
Nasceu!!!
Escorregou que nem quiabo,
Nos braços da enfermeira,
O moleque chora,
Apanha pela primeira vez,
Ao sair da maternidade, 
As primeiras notícias,
O congresso aprovou a menoridade penal,
Que bom?
Este menino está pronto para ir direto á cadeia,
Bando de coxinhas,
Que comem caviar,
Cheiram carreiras de cocaínas nos seios da modelo,
E querem acabar com o próprio prazer,
De cheirar...
Ou não?
É extermínio de pobre mesmo!!!!
Que ouçam os fuzis,
Soletrarem a morte de mais um pobre,
Descendo nas carriolas da morte,
Os deputados com sangue nos olhos de justiça,
Assinam,
A porra da lei,
Voltando ao moleque,
Que já foi entregue a sistema penitenciário,
Esboço de vida,
Louca,
Presa,
Acabada,
E curtamente feliz,
Pela respiração ensanguentada,
Do projétil nas costas,
Viva liberdade,
Dos coxinhas,
Dentro de seus enclausuramentos,
Direto para Europa,
Prendam os bandidos,
Pobres..
Só os pobres...

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