Calada
Na noite
Calada da noite
O som entorpecente
O entorpecer.
Entorpecendo a memória crítica.
O anjo.
Na inocência da sedução, ou não
Entra na piscina de Calígula
Ébria?
Não importa
Quem importa?
Mas os demônios a esperavam
Todos entorpecidos no desejo
Ensejo.
Na sazão da fragilidade do anjo
Mentes maquiavélicas
Planejavam sujar de sangue
O que para muitos parecia vinho.
Seduziram o anjo
Forçaram a denudar
Tiraram-lha a borra.
E a piscina de Calígula sem enche
O vinho que existia lá
Entorpeceu os demônios
E estes introduziram com todo despropósito
A hediondez que sai do semên.
O anjo apagou
Na violação do seu ser
Na entorpecência da crueldade humana varonil.
Agora dorme
Quando acordar
Verás que a piscina de Calígula
Se esvaziara dos demônios
E abarrotara de sangue e atrocidade.
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