16 dezembro, 2015

Doce rio

Doce,
Amargo,
Lameado,
Cobre pessoas,
Lamas sangrentas,
Gentes,
Enterradas,
No túmulo comum,
Chamado "Mariana",
Penetrando pelas narinas,
Pálpebras,
Garganta,
Guelras,
Peixes sobre as águas,
Pedindo a morte,
Pessoas pedindo água,
Que morrem,
A lama invade,
Casas,
Ruas,
Habitats,
Mentes,
O pânico domina,
Bar,
ra,
gem,
Que rompe,
As esperanças,
Lavam com lama,
A sujeira governamental,
Encobre pessoas,
Pobres,
Felizes,
Trabalhadoras,
Desabrigadas,
Solidárias,
Bilhões de reais para os ralos,
Pior,
Vão jusante até a foz,
Se perdem no oceano,
Como nos cofres suíços,
O cachorro late,
O homem também,
Pedindo ajuda,
Socorro,
Misericórdia,
De uma maldita empresa,
Que diz que não tem,
Dinheiro,
Complacência,
Dó de ninguém....




Um comentário:

Diego Nathan disse...

Eu acabaria o poema assim:

Vale fazer o mesmo dentro de suas casas,
de suas almas,
de suas uretras?
Ou reto
memos
o controle
de seus retos
investimentos
cotidianos
empresariais
existenciais?