17 abril, 2016

A mortadela e a coxinha

Todos dias de manhã
Meu pai ia a padaria
Comprar pães quentinhos
Branquinhos ou cascudinhos
Acompanhados de finas fatias de mortadela.

Insumo popular
Está em todas as mesas
Sempre fez me lembrar da vida simples
Mas cheia de alegrias.

Junto com o pão, a mortadela
Faz o boia fria acordar cedo
O professor ir a escola
O motorista conduzir o ônibus
O padre orar
Está na mesa de quase todos os trabalhadores.

Que saudades daquelas fatias de mortadelas finas
Junto com a manteiga, dá um sabor inquestionável
Mortadelas com pimenta
Um alimento que sacia, alimenta.

Peço a todos para que nunca acabe este enchimento
Embutido de carne de porco, gordura, que delícia
Com pãozinho francês e café
Logo de manhã me leva ao esquecimento.

Um dia no bar vi uma suposta coxinha me olhar
Travestida de sua popularidade
Fez me a lhe degustar.

Passados alguns minutos
A azia vem
Dentro da bela coxinha linda e popular
Um recheio estranho
Parece caviar.

Mas era carne estragada
Coxinha desgrenhada
Queria me enganar
Na calada da noite
Uma puta vontade de cagar.

E foi até as tripas
Atacou meu coração
Coxinha mentirosa
Fez me sentir atração.

Pela exuberância de seu formato
Protuberância irresistível
Odor singelo
Olha atraente.

Coxinha mentirosa
Dentro de você
Tinha uma pedrinha
Que quebrou meu dente.

Que saudades da mortadela
Fina, macia e popular
Nunca mais quero coxinha
Vai ser mortadela
No café da manhã, almoço e jantar...

Nenhum comentário: